HISTÓRIA DA AROMATERAPIA – Parte 1
Ancestralidade – Antigas Civilizações
Desde os primórdios da humanidade, com a descoberta do fogo, nossos ancestrais já se utilizavam da queima de ervas aromáticas, beneficiando-se com os aromas e reconectando-se com os Deuses.
Sabemos que naquela época o olfato era tido como o sentido primordial para a sobrevivência da espécie e que foi ele o grande responsável por nossa evolução cerebral, pelo desenvolvimento do Néocortex e do nosso Sistema Límbico (cérebro pensante e emocional).
A partir desse desenvolvimento, a inalação dos aromas pode ter provocado emoções diferenciadas o que promoveu a identificação de princípios ativos relaxantes, estimulantes e alucinógenos. Estes últimos transmitidos através dos tempos pelos povos indígenas.
Na Índia, os templos eram construídos quase que inteiramente com sândalo para garantir que tivessem uma atmosfera aromática. Lá, os óleos aromáticos são usados a milhares de anos e ainda contam com os grandes conhecimentos da Medicina Ayurvédica, forma mais antiga de prática medicinal.
A civilização Chinesa queimava madeiras aromáticas e incenso como sinal de respeito aos Deuses. Possuem o livro médico mais antigo do Mundo, datado de 2800 a.C., o Pen Tsau, que foi escrito pos Chen Nang e nele consta valiosos conhecimentos das ervas aromáticas, com citações de plantas como o gengibre e o ópio.
Há mais de 6000 anos os Egípcios já se utilizavam das famosas Infusões. A mirra era utilizada como perfume, incenso e para a cura de doenças, juntamente com outras resinas. Também era comercializada garantindo grandes lucros, pois era considerada mais valiosa do que um metal precioso. Nos Papiros de Ebers, datado de 1500 a.C., foi encontrada a mais antiga receita de desodorante corporal. Essa civilização era especialista em embalsamento e utilizavam as ervas aromáticas em todo o corpo, devido às suas propriedades antissépticas que promoviam a preservação dos tecidos por milhares de anos.
As práticas Egípcias influenciaram civilizações de todo o Oriente Médio e da bacia do Mediterrâneo (Babilônios, Fenícios, etc.). Tanto que, consta na Bíblia citações de vários óleos essenciais. Na passagem em que Maria unge os pés de Jesus com Unguento de nardo (João 12:3); na preparação do corpo de Jesus para sepultamento, quando Nicodemos levou o composto de mirra e óleos (João 19:39); e muitas outras.
Grécia e Roma
Os antigos gregos utilizavam substâncias aromáticas nas casas de banho e os óleos eram amplamente usados para beleza como perfumes corporais e para a saúde. Não destilavam as plantas aromáticas. Usavam alguns óleos como base fixadora (ex.: azeite de oliva) e a partir dessa técnica retiravam os compostos aromáticos, principalmente das flores.
Nessa época, sabe-se que os soldados levavam unguento de mirra para as Guerras, que era usado como antisséptico para tratar seus ferimentos.
Essa civilização deixou por escrito, grande parte do seu conhecimento médico, o qual foi transmitido ao longo dos séculos. Hipócrates foi um desses médicos, que além de utilizar e escrever sobre os medicamentos fitoterápicos, fez comentários que até os dias atuais são relevantes para a Aromaterapia. No Ocidente, é considerado o Pai da Medicina.
Anos mais tarde, surge outro importante nome que sistematizou o uso dos aromas na Grécia, especificamente para massagens, Teofrasto. Ele escreveu o Tratado sobre os Odores e também fez um inventário de todas as essências aromáticas gregas e importadas, analisando de que maneira poderiam ser utilizadas.
Os romanos aprimoraram e intensificaram o uso das essências aromáticas na higiene, medicina e cosméticos. Com a queda do Império Romano a Europa deixou de utilizar as ervas aromáticas, retomando sua utilização somente depois das Cruzadas.